Thiago K - Por Perto Eu Quero Os Meus

Lutam na cidade por espaço, os edifícios e os carros
Surge na revista um golpe sujo de um crime inventado
Ronca no estômago a fome indecente dos bandidos
Quem descansa vendo o caos vencer?

Grita o pedaço arrancado de alguma utopia
Dorme ao relento um sorriso esquecido no passado
Ontem dois meninos se beijavam hoje ambos estão mortos
Quem se cala quando o amor morreu?
Onde o amor se escondeu?

Por perto eu quero os meus
Por perto eu quero os meus
Quem nunca se vendeu
Artistas e artesãos
As putas e os peões
Seus sonhos e paixões
Viados e plebeus
Por perto eu quero os meus

Oram dois pastores convertendo esperança em dinheiro
Cobram dez por cento e cantam hinos pra louvar um candidato
Dobra-se a igreja pra erguer um novo templo sem impostos
Quem descansa vendo a fé render?

Fecham com letreiros o horizonte povoado de favelas
Um navio negreiro em cada cela de presídio é dizimado
Brilham vaidades construídas com o sangue de escravos
Quem se cala quando o amor morreu?
Onde o amor se escondeu?